Saber o que está certo e não o fazer é a pior das cobardias.
Confúcio
24 janeiro, 2008
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O que me apetece, como me apetece.
Nota:Se quiseres, onde se lê cozinhar podes ler viver e onde se lê cozinha podes ler vida. O resto é contigo. Pediram-me para colocar aqui, o que tantas vezes repito com gosto: Os meus truques de cozinha.Não percebo nada da chamada "alta cozinha". O que sei aprendi com o meu pai. O ti'Ventura cozinhava e cozinhava muito bem. Hoje o céu deve dar graças à terra por ter um cozinheiro de mão cheia que, em verdade, fez de mim mais uma gourmet que cozinheira.O ti'Ventura era bom cozinheiro e bom petisqueiro. Lembro-me quando era miúda, (e tenho fotos que provam o que digo), ficava a ver como cortava a cebola, bem fininha e a um ritmo certo e rápido que acompanhava o assobio, depois o louro com as pontas religiosamente cortadas e mandadas directamente para o lixo, porque, segundo ele, é venenoso, dá mau sabor à comida e é indigesto. Ainda hoje, apesar de saber não ser bem assim, continuo, sem dúvidas nenhumas, a cortar as pontas ao louro.Aprendi a fritar batatas em azeite, a corta-las grossas, a seca-las num pano de algodão antes de fritar, a seca-las em papel manteiga depois de fritas e a tempera-las com sal, mas grosso, "o sal é sempre grosso".Aprendi o rancho, aprendi a massa de bacalhau, aprendi o borrego assado, aprendi o camarão que o ti'Ventura aprendeu na Guiné, aprendi que a base de um bom cozinhado está na forma como se colocam os condimentos, tem ordem de entrada, ah pois é! Aprendi o método e a tirar prazer da cozinha.Com a minha mãe, mulher prática que não gosta de perder tempo seja naquilo que for, aprendi outros truques. A necessidade aguça o engenho, é a frase que descreve a minha mãe na cozinha.
Ninguém faz o borrego no tacho como a minha mãe, ninguém faz papas de couve com farinha de milho como a minha mãe, ninguém como ela faz a carne com arroz à rio-tinto e o caril com coco ralado, delicioso!
É a única que faz a sopa de bacalhau como o meu Pai, uma das minhas comidas preferidas e que comemos sempre no Natal.
O resto, que é pouco, aprendi sozinha, a ver outras pessoas, principalmente homens, desculpem-me as mulheres, mas nós, na cozinha ressalvo, temos menos paciência para o pormenor, e isso faz a diferença.
O mais importante foi ter aprendido que cozinhar deve ser sem preconceitos, prático, criativo, deve dar prazer, deve ter suspense, deve ser divertido, e quando não poder ser pelo menos uma destas coisas deve ter-se à mão o número da pizaria ou então uma embalagem de Néstum.
O que aqui vou dar é, sem mais nenhuma pretensão, ideias para fazer receitas rápidas e ideias para ter prazer em fazer receitas que demoram mais um bocadinho.
Aviso às Senhoras e aos Senhores chefs de cozinha, Sôdonas cozinheiras e Shôres cozinheiros: eu não sou cozinheira, o quje gosto é de ver a minha família e os amigos contentes com o que eu cozinho. Ok? Pronto.
1 comentários:
Ora aí está uma grande verdade...
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